
O placar foi de 5 x 1 para a Alemanha em um jogo onde a Seleção Brasileira jogou bem, porém não foi páreo para uma seleção alemã que trabalha sua base há muito tempo.
Uma derrota para a Alemanha logo gerou comparações pelos meios de comunicação do Brasil onde as palavras “de novo”, “mais uma vez a Alemanha” e “Feminina repete fiasco do masculino na copa” foram lidas e ouvidas muitas e muitas vezes.
Estas frases deixam claras, conforme eu já havia me pronunciado por meio de minha conta na rede social “Facebook”, que as pessoas que atuam no meio do futebol feminino, os expectadores e a mídia que olha apenas para o resultado do jogo e nada mais, possivelmente entende muito pouco de futebol feminino e/ou quer criar polêmica.
O Futebol Feminino, DE FORMA ALGUMA, pode ser comparado com o futebol masculino, muito menos uma seleção feminina sub-20 ser comparada à adulta masculina.
O futebol masculino, mesmo de base, apesar de todas as dificuldades que apresenta, ainda é muito melhor do que a situação do futebol feminino. Raros os clubes que trabalham com futebol feminino que possuem categorias de base e não existem competições de base à nível regional e nacional.
Acredito que antes de realizar comparações o ideal é avaliar o nível de estrutura, quantidade de campeonatos de base no Brasil, quantas equipes possuem equipes/trabalho de base, quantas partidas cada uma das jogadoras que estavam na seleção sub-20 fizeram por seus clubes na última temporada, qual a ajuda de custo que estas meninas recebem por mês. Depois deve-se avaliar toda a estrutura do futebol feminino nacional. O que temos, o que falta, o que é bom, o que é ruim, o que a Entidade de Administração do Futebol brasileiro faz em relação à gestão da modalidade como um todo.
Se as pessoas e meios de comunicação acompanhassem a modalidade ou ao menos pesquisassem antes de comentar, veriam o tamanho do precipício que separa o Futebol Feminino brasileiro do praticado pelo restante do mundo.
É muito fácil ficar sentado no sofá e dizer que a culpa é do treinador, que se A ou B ou si próprio estivesse no lugar, tudo seria diferente.
Aquele que pensa que nosso Futebol Feminino depende apenas de resultados em um Sul-Americano ou em um Mundial, nada sabe.
Uma medalha de ouro olímpica, mundial, adulta ou de base, em nada mudará a situação da modalidade. A meu ver, muito pelo contrário!
Medalhas e títulos apenas fazem o que há muitos anos vem fazendo: Mascaram a realidade deplorável do nosso Futebol Feminino.
O mais surpreendente é que nossas meninas fizeram frente contra EUA e contra a Alemanha. E fizeram isso sem a menor estrutura, com defasagem de cerca de 10 anos de prática e desenvolvimento em comparação à estas e outras seleções consideradas TOP mundiais.
Ah, mas estamos entre as 10 seleções no ranking FIFA. E aí eu lhes pergunto: E Daí?
Estamos ali única e exclusivamente pelo talento que as nossas brasileiras possuem e que é genético. Agora imaginem se houvesse um planejamento, estruturação de base, competições, clínicas, parcerias diversas, tudo em prol do crescimento e do trabalho DE QUALIDADE com estas meninas? Sem dúvida estaríamos com uma medalha de ouro olímpica, uma mundial e chegaríamos ao topo do ranking da FIFA com 10 anos de planejamento posto em prática e ainda nos tornando uma potência nas categorias de base.
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